Um pouco de história:

Os pioneiros

 

Informações retiradas, por Fábio Lusvarghi, de um livro que fala de algumas famílias da cidade de Andradas, MG:


1898 - Dois irmãos, Massimo e Domingos Lusvarghi, foram os iniciantes desta família em Andradas-MG.

         I - Massimo já veio da Itália casado com Júlia (ou Henriqueta) Aldegundes Chiarelli.Nasceu em 1856 e faleceu em 14/12/1916.
    - Trouxe os filhos:
         1. Eliseo, que se casou com Auta Olimpia de Andrade (falec.21/12/1933), filha do Cel. Luiz Teixeira de Andrade; Eliseo teve uma barbearia na década de vinte e depois, um pequeno negócio.
           2. Angelina, casada com Augusto Gessoni, filho de Paschoal Gessoni;
           3. Ovidio, casado com Anunciata Gessoni.
         II - Domenico Lusvarghi já veio casado com Chiara Forghieri,  nascida em 26/02/1868.
      - Trouxe os filhos:
            1. Augusto, que aqui casou-se com Alzira Manzoli, em 25/10/1913 (filha de Jacob Manzoli e Emma Bemardoni, natural de Poggio Rusco, Província de Mantova).
            2. Armando, que aqui casou-se com Euridice Manzoli, irmã de Alzira.
            3. Alberto, que morreu solteiro.
      - O primeiro filho brasileiro foi Paulo (meu pai) que, na intimidade, também atendia pelo apelido de Paulino e que se casou com Haydee Viotti Nogueira de Sá (minha mãe).
      - No total, se não errei as contas, teve onze filhos: Augusto, Armando, Alberto, Paulo, Elvira, Francisco, Ferdinando, Diomira (casada em 1922, com Alfredo Bensi, filho de Domenico Bensi e de Victoria Pinni.), Rosalia (de apelido Rosa, casada com Henrique Milanese), Augusta (chamada também Augustinha, embora fosse a mais alta das filhas, casada com Antonio Sanches) e Cypriano (do segundo casamento).
       - Domenico foi comerciante em Andradas, depois mudou-se para Pirajuí-SP. Hoje, alguns descendentes residem em Lins e Cafelândia - SP. Descendentes destes estão por assim dizer "espalhados" pelo Brasil afora.


Acrescentam-se informações obtidas em registros públicos:


         Domenico, que no Brasil adotou o nome de Domingos, aqui chegou com 29 anos de idade no porto de Santos-SP, em 28/04/1895, pelo vapor "Re Umberto", proveniente do porto de Gênova - Itália, onde ocorreu o embarque em 05/04/1895. Trouxe a esposa Chiara, com 24 anos de idade e três filhos: Augusto, com seis anos, Armando com quatro anos e Alberto com dois anos. Veio também o cunhado Ottavio Forghieri (com 32 anos de idade, conforme Autos C.H.I. N° 01543/89, do Centro Histórico do Imigrante, órgão da Secretaria de Estado da Promoção Social do Estado de São Paulo, segundo o qual veio também, no mesmo grupo, uma tal Maria Lusvarghi. Nada consegui apurar sobre essa pessoa. Quem era, para onde foi, nada. Suponho que era a esposa de Ottavio Forghieri, primeiro porque estava no grupo de imigrantes liderado por Domenico e, depois, porque meu pai dizia que me deu o nome de Octavio em homenagem ao tio dele que se chamava Ottavio, além de outro motivo: eu era o oitavo filho de Paulino.           Havendo falecido Chiara, em Andradas-MG, Domenico casou-se, segunda vez, com Emma Bernardoni que já era viúva de Jacob Manzoli, sendo que, deste novo casamento, nasceu Cypriano.


Agora,  informações oriundas de relatos pessoais:


Atuais
:


              Diz Fábio:-"Resumindo, Eliseo é avó de meu pai, Argemiro Lusvarghi é meu avô (não o conheci), pai de meu pai." (do Fábio).

               Fábio é paulistano, mas criado em Andradas e quando não está com nenhum projeto novo (é cenógrafo), passa parte de seu tempo em Minas. Tem pouco ou quase nenhum contato com pessoas da família Lusvarghi, trocou alguma correspondência com dois parentes de São Paulo já há algum tempo, mas ficou por aí.


Antigas:


                Segundo histórias contadas de pai para filho, de tio para sobrinho, de avô para neto, etc., que a mim chegaram por relatos de meu tio Alberto, o pai dele, Domenico (no Brasil,  Domingos), nascido em 1866, e o tio dele, Massimo (o tio Morete), nascido em 1856, eram filhos do também Domenico, nascido em 1814, que aqui passamos a chamar de Domenico (Senior), para não confundir com o Domenico que veio para o Brasil e que morou em Andradas. Domenico (Senior) era filho de Francesco, de a uma família relativamente bem de vida que morava no Tirol, uma região a sudoeste da Áustria, que englobava uma parte do norte da Itália. Dizia-se que Domenico (Senior), ou seu pai Francesco (não sei bem), mais alguns irmãos e primos deste, foram enviados a estudar, internos num colégio em Dijon, França, de onde fugiram na calada da noite, por supostamente haverem praticado atos de indisciplina, e pediram ao então imperador Francisco José, do Império Austro-Húngaro, que fornecesse passaportes para emigrarem para a Itália de então e ali ficarem despercebidos. Conseguiram os documentos com o sobrenome de Lusuardi, típico sobrenome regiano e modenense, como se vê no site "Origine dei cognomi". Assim, Domenico (Senior), fixou residência na então região da Emília Romagna, que ficava próxima ou era parte do Tirol da época. Casou-se com Capitani Diomira e tiveram os filhos que deram origem a todo este papo aqui. Entre outras, contavam que Domenico (o nosso Domingos) que, na Itália, tinha a profissão de transportador, além de irmão, era amigo inseparável de Massimo (o tio Morete) e que Morete era um homem alto e muito forte, que chegava a levantar, com os braços, o animal de tração das carroças que usavam (transportador, naquele tempo, usava carroças).

 

                   Consta que Domenico (Senior) teve outros filhos, como Jerônimo, Marietta e Dionísio; não sei se outros. Talvez a Marietta seja aquela Maria que veio com o grupo do Domenico para o Brasil. Dessas coisas os nossos antepassados não falavam muito. Só quando se reuniam, por algum motivo, até por doença em  familiares, e começavam a contar histórias. Aí, contavam, por exemplo, que naquele tempo, na Itália, conforme a região, falava-se o idioma italiano mais um dialeto e que o dialeto falado pela família era difícil. Lembro-me, por ouvir dizer, que "pequeno Jerônimo", como era chamado carinhosamente um dos filhos de Domenico (Senior), pronunciava-se "skes Jerimet". Não sei que dialeto é esse, mas, perguntando, já ouvi tratar-se de um dialeto falado em uma região do antigo Império Austro-Húngaro. Acredito que seja o Dialet arzan, ou dialeto reggiano, próprio da Província de Reggio Emilia. Não consegui descobrir, ainda, onde nasceram Domenico (Senior) nem seu pai, Francesco.

 

                   Contavam também, que, com Massimo (Morete) e Domenico (Domingos), vieram mais dois irmãos ou primos deles, não me lembro bem, mas não desembarcaram no Brasil. Um poderia ter desembarcado em Buenos Aires e o outro teria seguido para o norte, não sabendo eles exatamente para onde, mas achavam que teria ido para os Estados Unidos, porque era muito comum, na época, as pessoas desejarem "fazer a América", como eles chamavam o fato de emigrar para a América do Norte. Acho um pouco difícil esta última hipótese, porque, nos Estados Unidos, existem muitas organizações que dispõem de todos os dados referentes aos imigrantes e não consegui encontrar qualquer traço da família naquela época, em nenhum desses bancos de dados. Tio Alberto também contava que, muito tempo antes, os antepassados da família moravam na Inglaterra, onde o sobrenome Lusvarghi tinha outra grafia (não sei qual) e significava "esquadra guerreira que brilha no oceano".

 

                    Já no Brasil, Massimo e Domenico devem ter decidido, por alguma razão, trocar de novo seu sobrenome, resgatando o original Lusvarghi, que ficou.

 

                    Alguma variação aconteceu no meio disso porque, no sepultamento de Chiara, o viúvo aparece com o nome de Domingos Loswald e a falecida, Clara Loswald. Com este mesmo sobrenome, aparece o pai de Angelina (e ela mesma), na certidão de casamento dela com Augusto Gessoni, pois ali o pai dela aparece com o nome de Maximo Loswald e ela, Angelina Loswald.

 

                       Na certidão de casamento de Domenico com Emma Bernardoni, ele aparece com o nome de Domingos Loswaldi.

 

                        Na certidão de batismo de meu pai, Paulo, minha avó aparece com o nome correto, ou seja, Forghieri Chiara, mas meu avô aparece com nome de Ivaldi Domenico. Algum Losvaldi ou Losvalde também pode ter ocorrido. Pelo que se vê, variações podem ter acontecido até por erro de cartório ou de informantes.

 

                        Outras variações interessantes foram encontradas por nosso primo Fernando Augusto, residente no Canadá, filho do primo Fernando Aparecido, residente no Brasil, que, por sua vez, é filho do tio Augusto, irmão mais velho de meu pai, cuja biografia aparece neste site, no link "Dados biográficos de alguns antepassados". Essas variações podem ser vistas, em inglês e em italiano, no endereço abaixo:

http://articles.adsabs.harvard.edu//full/1995MmSAI..66..895T/0000896.000.html?high=47693d325232155
 

                        Pouco antes do início da segunda guerra mundial, Domenico foi à Itália, junto com um cidadão de nome Francisco Bertoli e encontraram lá, em Reggio Emilia, um primo deles, Riccardo, que estava doente mas reconheceu o Domenico e conversaram longamente. Muito tempo depois, Gianna, nora do então doente, confirmou tal visita e o fato de que os visitantes eram parentes de seu sogro. Gianna tem uma filha que, pelo menos até 1984, morava em Reggio Emilia e se chama Annamaria Lusvarghi, é casada e tem duas filhas. Não sei o nome das meninas.

 

                        Motivo de grande satisfação e gratidão foi um e-mail que recebi dia 20/05/2007, de Emilia Lusvarghi Galli, residente na França, dizendo que o doente encontrado por Domenico em Reggio Emilia era seu avô Riccardo (falecido em 1966). Riccardo teve 5 filhos: Nera, Lidia, Anna, Luigi (marido de Gianna e pai de Annamaria), e Giuseppe, pai de Emilia (falecido 1981). Quanto à origem de nossa família, parece que procede da Hungria, vinda através do Tyrol para, então, chegar a Rubiera (perto de Reggio Emilia), onde Emilia nasceu, disse ela. Agradecemos a Emilia pelo contato e belas palavras sobre este site.

 

Conclusão:


                        Bem, pessoal. Isso é tudo que eu tinha. Toda pesquisa feita, desde o início dos anos oitenta, do século passado e toda a história que conhecia, coloquei aqui. Fiz questão de gravar aqui o que sei, para que se não perca no tempo, como talvez outras coisas possam ter sido perdidas, infelizmente,  porque nunca as pessoas as escreveram. Só contavam o que tinham ouvido. Se algum membro da família tiver algo a acrescentar ou modificar sobre o que relatei acima, ou tiver outras informações, favor entrar em contato comigo logo, porque e, não demora muito, vou-me também "desta para melhor", como diziam os antigos.


                       Apesar de que, lastimavelmente, meu filho mais velho, Luiz Octavio (e minha nora Sofia, esposa dele) e meu filho mais novo, Paulo Henrique, já se foram antes de mim. Ah, Senhor meu Deus, que tragédia. Eu os amei tanto... e ainda amo.

 

                        Obrigado e que Deus abençoe a todos, familiares, afins e visitantes.

06/02/2011